Por Valéria Mendes – publicado em 02 de maio de 2016.
“Hoje, para mim, a diferença não faz a menor diferença”. Para chegar a essa percepção, o caminho percorrido pela analista financeira Zirlene de Castro Cunha Godoi, 22 anos, foi longo e tortuoso. Em agosto de 2015, quando pouco se falava sobre microcefalia, ela leu essa palavra escrita no laudo do ultrassom morfológico da filha que esperava, a Maria Fernanda.
O exame que toda grávida precisa fazer é cercado de expectativas por ser um norteador de como anda o desenvolvimento do bebê dentro do útero da mãe. Sem entender sequer o significado daquele diagnóstico recebido na 20ª semana de gestação, ela viu desmoronar a idealização de colocar no mundo um bebê “perfeito”. “Uma palavra técnica, que a gente não conhecia, mas que nos fazia imaginar horrores, nos desabou. Eu só sabia que se referia à medida do crânio, mas sem noção do que significaria para a vida dela”, recorda-se.