A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) convoca médicos e pacientes a apoiarem o Movimento Outubro Rosa, que neste mês, imprime esforços para estimular a participação da sociedade no controle do câncer de mama. O esforço, que congrega inúmeras entidades médicas e da sociedade civil organizada, tem como objetivo central fortalecer as recomendações para o diagnóstico precoce e rastreamento deste tipo de neoplasia, desmistificando crenças em relação à doença e às formas de redução de risco e de detecção precoce.
Primeira mulher a assumir a Presidência da SBP, dra Luciana Rodrigues Silva convida todos os pediatras a se engajarem neste Movimento. “Os médicos são peças fundamentais neste processo. Os pediatras podem divulgar informações gerais sobre câncer de mama entre os familiares de seus pacientes e promoverem a adoção de hábitos de prevenção e comportamentos saudáveis em seu entorno”, disse dra Luciana, que também convocou as mulheres pediatras, de forma especial, a integrarem às suas rotinas atitudes que fazem a diferença.
“É preciso ampliar a compreensão sobre o controle do câncer de mama. Trata-se de um desafio que depende, principalmente, do acesso ao diagnóstico e ao tratamento com qualidade e no tempo oportuno. Este é um esforço que não deve ficar limitado a apenas um mês, mas ser estendido ao longo de todo o ano”, ressaltou a presidente da SBP.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com ações, como a prática de atividade física; a adoção de uma alimentação saudável; a manutenção do peso corporal adequado; e o consumo reduzido de bebidas alcoólicas. Além disso, o ato de amamentar é um dos fatores que ajudam a prevenir o aparecimento da doença.
O vice-presidente da SBP, dr Edson Liberal, entende que não se pode negligenciar a doença e nem os meios de seu diagnóstico e prevenção. “Por isso, a SBP apoia a iniciativa e espera que os médicos e a sociedade somem forças para reduzir a mortalidade e a morbidade relacionadas a este tipo de câncer”, afirmou.
SOBRE A DOENÇA – Tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma, o câncer de mama responde por cerca de 25% dos casos novos a cada ano. Em 2015, para o Brasil, eram esperados 57.120 casos novos de câncer de mama. Ele conta com tratamento, inclusive no Sistema Único de Saúde, o SUS.
Não existe uma causa única para o câncer de mama, que é mais comum em mulheres (apenas 1% dos casos são diagnosticados em homens) e tem na idade um dos mais importantes fatores de risco para a doença. Cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos. O câncer de mama de caráter genético/hereditário corresponde a apenas 5% a 10% do total de casos da doença.
Os principais sinais e sintomas do câncer de mama são: Caroço (nódulo) fixo, endurecido e, geralmente, indolor; pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito (mamilo); pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço; saída espontânea de líquido dos mamilos.
Ao identificarem alterações persistentes nas mamas, as mulheres devem procurar imediatamente um serviço para avaliação diagnóstica. No entanto, tais alterações podem não ser câncer de mama. Por isso, é muito importante haver uma avaliação clínica feita por um médico, que fará o diagnóstico e determinará as medidas de tratamento, se confirmada a doença.
Além de estar atenta ao próprio corpo, também é recomendado que mulheres façam uma mamografia de rastreamento (quando não há sinais nem sintomas) a cada dois anos. Esse exame pode ajudar a identificar o câncer antes do surgimento dos sintomas. Mulheres com risco elevado para câncer de mama devem conversar com o seu médico para avaliação do risco para decidir a conduta a ser adotada (veja quadro abaixo). No entanto, destaca-se que a presença de um ou mais desses fatores de risco não significa que a mulher terá necessariamente a doença.
Diversos fatores relacionados ao câncer de mama:
Fatores ambientais e comportamentais:
· Obesidade e sobrepeso após a menopausa; · Sedentarismo (não fazer exercícios); · Consumo de bebida alcoólica; · Exposição frequente a radiações ionizantes (Raios-X). |
Fatores da história reprodutiva e hormonal
· Primeira menstruação (menarca) antes de 12 anos; · Não ter tido filhos; · Primeira gravidez após os 30 anos; · Não ter amamentado; · Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos; · Uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona); · Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos. |
Fatores genéticos e hereditários*
· História familiar de câncer de ovário; · Vários casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos; · História familiar de câncer de mama em homens; · Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2. *A mulher que possui um ou mais desses fatores genéticos/ hereditários é considerada com risco elevado para desenvolver câncer de mama. |
Fonte: SBP