1-7 de agosto de 2018
O tema proposto pela WABA (World Alliance for Breastfeeding Action) para este ano é “Amamentação: Alicerce da Vida”.
Há mais de dois mil anos, já dizia Hipócrates que o alimento deveria ser usado como medicamento. Uma nutrição adequada serve de base para a boa saúde e bom desenvolvimento.
O aleitamento materno ajuda a prevenir a desnutrição em todas as suas formas, assegura a segurança alimentar de bebês e crianças pequenas e, assim, ajuda a tirar pessoas e nações do ciclo da fome e da pobreza. É, portanto, um alicerce para a vida. Proteger, promover e apoiar a amamentação é vital para um mundo mais sustentável.
A glândula mamária é muito eficiente, pois utiliza pouca energia na produção de um leite rico em nutrientes, calorias, minerais, vitaminas e elementos de defesa que satisfazem perfeitamente as necessidades nutricionais e imunológicas da criança. Embora a fertilidade e a lactação estejam restritas aos anos reprodutivos da mulher, o impacto desses eventos continuarão por toda a sua existência e poderão ultrapassar gerações. A lactação seria uma grande chance da mulher interferir diretamente na saúde de seu filho, podendo mudar a vida de ambos.
Cuidar das mulheres e crianças, desde a gravidez, passando pelo período perinatal e neonatal, até a infância, é importante. A sobrevivência, o crescimento e o desenvolvimento infantis começam na família. Uma abordagem bastante abrangente, envolvendo as famílias e as comunidades, é a mais adequada para promover um bom estado de nutrição e saúde infantil. Estimular o exercício da maternidade, valorizar o papel ocupado pela mulher, envolver a família na prevenção e controle de doenças, motivar a adoção de cuidados nutricionais apropriados, são passos que devem ser tomados em direção a uma vida mais saudável.
E como nós pediatras, que somos educadores em saúde, representantes da sociedade e cidadãos, podemos ajudar?
– estando em contínua atualização profissional, pois seguros de nossas habilidades e conhecimentos sobre lactação, seremos mais efetivos em informar as mulheres e convencê-las a optar pelo aleitamento materno exclusivo e estender sua duração;
– apoiando políticas públicas em favor das mulheres, das crianças e da amamentação;
– promovendo programas de saúde materno-infantil;
– formando parcerias entre representantes da sociedade civil, os meios de comunicação e organizações não governamentais para captação de fundos, tempo, espaço, voluntários e profissionais qualificados para apoiar o aleitamento natural;
– ou ajudando a mãe na amamentação, seja encaminhando para o banco de leite ou tendo um local na empresa para que ela retire seu leite ou simplesmente “dando uma força”, como no slogan do Ministério da Saúde – “Quem tem peito dá leite, quem não tem, dá força”.
Dra. Maria Beatriz Reinert do Nascimento (Departamento de Aleitamento Materno da SCP)