Presidente da SCP, Dra. Nilza Medeiros Perin, na mesa de debatedores da Audiência Pública, que teve a coordenação dos deputados da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, Neodi Saretta e Vicente Caropreso, assim como a presença do presidente da ACM, Dr. Ademar José de Oliveira Paes Junior, do promotor de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina, João Luiz de Carvalho Botega, do presidente do CRM, Dr. Eduardo Porto Ribeiro, e do presidente do Simesc, Dr. Cyro Soncini
“A saúde pediátrica no estado está além do seu limite, assim como os pediatras catarinenses, como consequência de vários anos de descaso e de falta de planejamento, tendo como estopim, neste momento, o aumento de doenças respiratórias”. A declaração da presidente da Sociedade Catarinense de Pediatria (SCP), Dra. Nilza Medeiros Perin, foi firme e impactante na Audiência Pública realizada na Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira (dia 21 de junho), promovida pela Comissão de Saúde, para tratar da precariedade da assistência hospitalar das crianças e adolescentes. “Não adianta só abrir leitos de UTI sem abrir leitos pediátricos, sem ter profissionais habilitados para o atendimento. Por isso, pedimos medidas realmente concretas, de médio e longo prazo”.
Conforme deixou claro a presidente da SCP, o problema das UTIs pediátricas não é novo e há muitos anos existe a defasagem. “As dificuldades são muito maiores e vêm desde a atenção básica da saúde, quando foram retirados, nos últimos anos, os pediatras dos postos de saúde”. Ao narrar o cenário atual, a pediatra também questionou a propaganda “política” do Governo, anunciando apenas abertura de leitos, num prazo até o final do ano. Outro fato levantado pela pediatra foi o fechamento, em 2020, da emergência pediátrica do Hospital Regional de São José por causa da pandemia. Na ocasião, a Sociedade Catarinense de Pediatria e a Associação Catarinense de Medicina se reuniram com a Secretaria pedindo para não fechar e receberam como resposta que a medida seria provisória, mas a unidade que atendia cerca de cinco mil pacientes por mês não foi reaberta até hoje.
Todos esses pontos da crise no setor estão elencados em Nota Oficial da SCP, divulgada junto aos governantes, população, imprensa, médicos e sociedades parceiras, no último dia 01 de junho. No documento, a SCP, “em nome dos pediatras de todo o estado, a entidade clama aos governantes e gestores da Saúde para que medidas concretas sejam tomadas, com a emergência que as dificuldades exigem, no compromisso indelével com a vida e a proteção à infância”. Entre as principais ações solicitadas pela entidade, estão planejamento e investimentos adequados para a abertura de novos leitos pediátricos, de UTI e de atendimentos de emergência em todo o estado, assim como ações que garantam da presença do pediatra na rede básica de saúde, permitindo uma maior resolutividade no atendimento às crianças e aos adolescentes.
A Secretaria de Estado da Saúde participou da plenária apenas de forma virtual e as dificuldades no sinal da internet impossibilitaram que os representantes do Governo do Estado respondessem os questionamentos dos debatedores. O deputado proponente, Dr. Vicente Caropreso, salientou que a sociedade está ansiosa por respostas e soluções e que é inacreditável a burocracia mesmo em uma situação de alto interesse público.
Estavam também presentes na audiência o vice-presidente da ALESC, deputado Maurício Eskudlark, o presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, Neodi Saretta, o presidente da ACM, Dr. Ademar José de Oliveira Paes Junior, o presidente do CRM, Dr. Eduardo Porto Ribeiro, o presidente do Simesc, Dr. Cyro Soncini, o promotor de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina, João Luiz de Carvalho Botega, e deputados estaduais.