A possibilidade de fechamento dos Serviços de Emergência Pediátrica do Hospital Regional de São José – Homero de Miranda Gomes e do Hospital Florianópolis foi tema de audiência entre o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, a presidente da SCP – Sociedade Catarinense de Pediatria, Rosamaria Medeiros e Silva, a diretora de Defesa Profissional da entidade, Denise Bousfield da Silva, o presidente da ACM – Associação Catarinense de Medicina, Ademar José de Oliveira Paes Junior, e o superintendente dos Hospitais Públicos Estaduais, Márcio Mesquita Judice. O encontro aconteceu na sede da SES, no dia 06 de agosto, quando a SCP solicitou que o secretário revisse a medida anunciada pelo Governo do Estado, já que a interrupção do serviço pode representar grandes prejuízos no atendimento de crianças e adolescentes da região.
Segundo o secretário, a proposta de fechamento ou transferência temporária do serviço de emergência pediátrica destes hospitais faz parte da estratégia da Secretaria de Estado da Saúde para ampliação dos espaços de atendimentos dos pacientes de Covid-19 na Grande Florianópolis, especialmente no momento de pico da doença, com previsão de agravamento no mês de agosto. A SCP defendeu a manutenção destes serviços ressaltando a sua preocupação maior com os reflexos negativos à assistência à infância e adolescência resultantes desta medida, e também que a ação temporária passe a ser definitiva.
Nesse sentido, o presidente da ACM propôs a assinatura de um termo de compromisso do secretário para a retomada da emergência pediátrica do hospital após a estabilização da pandemia no estado. O documento selaria o comprometimento verbal do gestor, de que a ação será por tempo determinado, enquanto o quadro do novo coronavírus mantém o nível elevado de transmissibilidade, com urgente necessidade de disponibilização de novos leitos.
Os números atestam a indiscutível importância do serviço de emergência do Hospital Regional de São José, onde são recebidos, em média, de 3.000 a 5.000 crianças e adolescentes por mês, de diversas regiões da Grande Florianópolis. Somente em 2019 foram atendidas mais de 50.000 emergências e casos graves como acidentes, queimaduras, paradas cardiorrespiratórias, convulsões, politraumatismos, entre outros. Além disso, o serviço é referência no atendimento às crianças vítimas de abusos, e também no atendimento de emergências oftalmológicas pediátricas.
Uma nova reunião ocorreu, no dia 07 de agosto, na Direção do Hospital Regional de São José para discutir a questão e analisar as alternativas para a permanência do serviço de emergência pediátrica na unidade hospitalar, com a presença do diretor do hospital Marcelo Borges Moreira, da presidente da SCP, Rosamaria Medeiros e Silva, da diretora técnica, Maria Denize Tavares Soares, do chefe da emergência pediátrica, Edson De Luca, do pediatra Kempes Spencer, do gerente de enfermagem, Daywson Pauli Koerich e da gerente administrativa, Josimeri da Silva Scheidt.
Assembleia Legislativa realiza debate virtual sobre o assunto
Os reflexos negativos para a assistência à infância e adolescência decorrentes da proposta de fechamento ou transferência dos Serviços de Emergência Pediátrica do Hospital Regional de São José foi tema também da Reunião Ordinária da Comissão de Saúde da ALESC – Assembleia Legislativa de Santa Catarina, que aconteceu no dia 05 de agosto. O encontro contou com convidados da SCP, ACM, Sindsaúde SC, o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro e parlamentares.
A Presidente da Sociedade Catarinense de Pediatria (SCP), Rosamaria Medeiros e Silva, enfatizou a importância de manter o atendimento em funcionamento e parabenizou a promoção do debate pela ALESC. “Parabenizo a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Santa Catarina por promover um debate com este tema que é de extrema relevância. Estamos muito preocupados com os reflexos negativos à assistência à infância e adolescência decorrentes da possibilidade do fechamento dos serviços de emergência pediátrica realizados nestes hospitais. O direito das crianças e adolescentes aos cuidados integrais deve ser assegurado e respeitado pelos gestores, independentemente da pandemia por Covid-19”.
Também participaram da reunião Kempes Spencer, pediatra do Hospital Regional de São José; João Ghizzo Filho, representando a ACM e a coordenação do Conselho Superior das Entidades Médicas de SC (Cosemesc); Nereu Espezim, do SindSaúde SC; os deputados da Comissão de Saúde, Neodi Saretta (Presidente da Comissão), Coronel Mocellin, Ada De Luca, Dr. Vicente Caropreso, Ismael dos Santos e Valdir Cobalchini, e a deputada Paulinha da Silva.